A nova versão de Os Miseráveis é musical até a medula. Quase tudo é cantado, inclusive a maior parte dos diálogos. Para quem não gosta do gênero, pode ser uma tortura assistí-lo. Para os amantes, por outro lado, o novo trabalho de Tom Hooper, apesar de alguns delizes, é uma ópera cinematográfica.
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Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge: Por que, Nolan?
Há quatro anos escrevi e publiquei aqui uma crítica sobre O Cavaleiro das Trevas, longa que ainda acho superior a todos os indicados ao oscar daquele ano (não esqueçamos que Heath Ledger levou o prêmio póstumo por seu impecável Coringa). E se esse segundo filme da “nova franquia” conseguiu tal feito, a “culpa” é, em grande parte, dos personagens fortes e do universo crível e sombrio criados de forma magistral pelo diretor Cristopher Nolan no belo Batman Begins. Dito isto, é uma pena constatar que, ainda que seja um bom filme, o capítulo final da trilogia peca em aspectos cruciais e deixa um gosto amargo ao final da projeção. Continuar lendo
Rio: Orgulho e Preconceito?
O timing de lançamento de Rio é admirável. Assim como Tropa de Elite 2, beneficia-se de um contexto histórico importante. Mas pode-se perceber que não é apenas mais uma obra caça-níqueis, visto o perfeccionismo técnico que testemunhamos. Continuar lendo
O Casamento de Rachel: simplesmente bom
Já nas primeiras tomadas de O Casamento de Rachel, percebemos que a fotografia será um espetáculo à parte. Câmera trepidante (câmera na mão tem se tornado moda), closes exagerados e ajustes aparentemente deselegantes de enquadramento proporcionam uma sensação de tensão, ansiedade e velocidade, em contraste com os diálogos nada acelerados ou abreviados.
A trama gira em torno de um turbulento fim de semana da família Buchman. A Rachel do título (Rosemarie DeWitt) vai se casar com Sidney (Tunde Adebimpe). Kym (Anne Hathaway), sua irmã, retorna do longo tempo afastada em uma clínica de reabilitação de dependentes de drogas para prestigiar o grande acontecimento. Em meio à toda a expectativa, os primeiros preparativos para a festa e as comemorações propriamente ditas, questões delicadas da família vêm à tona. Ciúmes, superproteção, lembranças… Nesse momento o expectador já está inserido no contexto como se fosse um parente ou amigo da família que foi convidado e assiste tudo de perto.
Se a fotografia é genial, as atuações são magistrais. Destaque para a belíssima Anne Hathaway, que, fugindo de uma interpretação estereotipada, em nada lembra a ingênua secretária de O Diabo Veste Prada e nos apresenta a personagem mais trágica da película. Interessante notar como o título do longa brinca de maneira inteligente com a inversão de papéis protagonista/coadjuvante entre Rachel e Kym. Assista e tire suas conclusões.
Um drama denso, simples e bom! Simples por não ter as pretensões de ser um blockbuster – e realmente não é – e bom porque de fato envolve e emociona!
- Título original: Rachel Getting Married, EUA
- Ano: 2008 EUA, 2009 BRASIL
- Direção: JONATHAN DEMME
- Elenco: BILL IRWIN, ANNE HATHAWAY, ANNA DEAVERE SMITH, ROSEMARIE DEWITT, DEBRA WINGER
- Site oficial: RACHEL GETTING MARRIED (Inglês)
- imdb: http://www.imdb.com/title/tt1084950/