Rush: No Limite da Emoção

Muito embora Niki Lauda seja tão importante neste filme quanto James Hunt, é o rosto de Chris Hemsworth que costuma aparecer em destaque nos pôsteres da divulgação. É desde aí que a personalidade dos dois vêm à tona. Hunt é considerado o último dos pilotos românticos e sua fama e seu ego sempre o precedem. Lauda, enquanto isso, é um cérebro analítico, que não costuma aparecer, a não ser que seja absolutamente necessário. Mas quando aparece, rouba a cena.

Rush

Baseado nesta histórica rivalidade da Fórmula 1, Rush: No Limite da Emoção narra os eventos que começam no encontro dos lendários pilotos até o final da temporada de 1976, quando Lauda havia há pouco tempo sofrido grave acidente.

Ron Howard parece particularmente atraído por biografias e passagens históricas importantes. O diretor comandou também os ótimos Frost/Nixon, Apollo 13 e Uma Mente Brilhante. Howard repete o sucesso com maestria e entrega talvez o melhor deles.

A atuação dos dois protagonistas é excelente, encarnando bem as figuras célebres que interpretam. Apesar de pouco atuarem entre si na tela, exibem uma harmonia ímpar e mostram porque, mesmo grandes rivais, foram tão importantes na vida um do outro. O grande exemplo é durante a recuperação de Lauda, em que este passava por doloridos tratamentos, mas os gritos de dor pareciam mais porque via Hunt ganhar as corridas na sua ausência do que pelos procedimentos.

As sequências de ação são um espetáculo à parte. Banhados com o inconfundível barulho dos motores da Fórmula 1, o diretor é habilidoso ao nos colocar praticamente dentro do cockpit durante as corridas. Isso faz o espectador ter uma boa noção de o quanto aquele esporte é apaixonante mas extremamente perigoso. Aliás, em tempos de tentativas de trazer novas linguagens para o cinema, Howard mostra que a experiência de imersão é alcançada mesmo sem o festejado 3D.

Além disso, é interessante ver como a importância da ação das pistas é retratada fora delas na vida dos pilotos. Para James Hunt, uma analogia entre a mecânica do automóvel e o sexo. Para Lauda, os barulhos e movimentos do hospital sugerem uma corrida.

Já seria um grande mérito ser um brilhante filme sobre o esporte, que nos deixa sem fôlego dentro do autódromo. Já seria de extrema relevância um envolvente drama sobre uma das maiores rivalidades desportivas. Mas Rush é tudo isso. E muito mais.

Leigômetro: ★★★★★ 

Ficha Técnica
Rush: No Limite da Emoção (Rush, 2013)
Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara, Natalie Dormer, Christian McKay

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