Heavy Rain: um filme jogável (ou seria o contrário?)

Sabe quando você assiste a um filme e fica indignado com o desenrolar da história? Com os acontecimentos ou com as atitudes de determinado personagem? E ai você pensa: e se tivesse sido diferente? E se eu pudesse intervir? Heavy Rain é um filme no qual você pode. É um game para jogar e assistir. Cada intervenção feita pelo jogador influencia o que está para acontecer.

A aproximação entre filmes e jogos, na verdade, não é nem um pouco novidade. Jogos no estilo filme interativo e adventures baseados em point and click (aponte e clique) e quick time events existem aos montes. Quem gosta de jogos e cresceu nos anos 80 provavelmente deve se lembrar de Dragon’s Lair, que, a propósito, ganhou remakes para os consoles da atual geração (e PC). E Phantasmagoria e seus sete assombrosos (desculpe, não consegui resistir ao trocadilho) CDs? Lembram? A própria QuanticDream (empresa francesa produtora de Heavy Rain, que também é especializada em serviços de captura de movimento para filmes e jogos), por sua vez, já possuía outros títulos no estilo, como Omikron e Indigo Profecy.

Mas Heavy Rain impõe um novo patamar. Os gráficos são muito bons, principalmente a modelagem facial dos personagens, e exploram bem o potencial da plataforma exclusiva onde ele roda (o Playstation 3). A trama dessa vez está à altura (o Indigo Profecy escorregava feio nesse aspecto a partir de certo ponto do jogo) e vai prender o jogador até o final, como em um bom suspense. Há alguns pequenos deslizes no roteiro que não chegam a comprometer, e, talvez, só fiquem evidentes a partir de uma segunda jogada.

A história gira em torno da investigação dos crimes do “Assassino do Origami”, um serial killer que deixa um origami e uma orquídea no corpo de suas vítimas. Você controla alternadamente os personagens em busca da solução do caso. Cada um possui um ponto de vista diferente. Você toma as decisões que mais achar adequadas – de acordo com as opções que aparecem na tela – e enfrenta as conseqüências. A sensação de imersão é grande e você provavelmente se identificará com algum dos quatro protagonistas e talvez tente privilegiá-lo. Nem sempre será uma tarefa simples. Não do ponto de vista da habilidade ao joystick (a depender do nível de dificuldade em que se jogue), mas em relação a que escolhas fazer, pois certamente surgirão conflitos. Experimente, e verá.

Em certos momentos sua única opção é executar alguma ação obrigatória para que a história prossiga (como se levantar, abrir portas, ligar um veículo). Isso pode se tornar repetitivo e soa desnecessário. É um ponto a melhorar na jogabilidade.

O jogo é sucesso de crítica e de público. Foram vendidas quase 2 milhões de unidades em todo o mundo. O que (apesar da queixa do produtor Guillaume de Fondaumiere) teria surpreendido até mesmo a Sony, uma vez que as projeções iniciais eram de cerca de 350 mil unidades – número que foi alcançado ainda no mês de lançamento.

Confira um pouco do gameplay do jogo no vídeo abaixo:

Leigômetro: ★★★★☆ 

Ficha Técnica
Heavy Rain
Desenvolvido por: Quantic Dream
Distribuido por: Quantic Dream
Disponível para: PS3 (exclusivo)

Convido então você leitor a participar nos comentários: está gostando de ver conteúdo relacionado a games aqui no OlharLeigo.com?

E quando a Heavy Rain? Jogou? Gostou?
E os tais “filmes interativos”? Tem algum outro para sugerir? O que pensa da convergência entre as mídias filme e jogo? Acha uma diferenciação irrelevante? Gosta da sensação de intervir na história? Já imaginou o dia em que os “cinemas” oferecerão joysticks na entrada assim como fazem hoje em dia com os óculos 3D?


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