Quando o ilusionista Oscar Diggs tenta fugir no seu balão de mais uma confusão que arranjou, uma tempestade acaba levando-o para a Terra de Oz. Chegando lá, confundido com o mágico de uma profecia, acaba por liderar o povo de Oz numa batalha contra as bruxas más.
Ambientado no já famoso mundo criado por L. Frank Baum, Oz: Mágico e Poderoso tenta imaginar como foi a chegada do mágico àquele lugar. E, apesar de oficialmente ser baseado no livro (por questões legais), é muito difícil não pensar neste como um prelúdio a O Mágico de Oz.
Logo no início, vemos a primeira semelhança. Tal qual no filme de 1939, o chamado “mundo real” é monocromático e tem uma razão de aspecto muito próxima às TVs antigas. Mas logo quando vemos Oz, cores passam a ser personagem importante dos filmes. E, além disso, no longa que tratamos aqui, a razão de aspecto expande panoramicamente (pulando para um anamórfico de 2.39:1). Isso é extremamente importante, pois se antes a vida era chata e apertada, em Oz as cores são vibrantes e com a tela maior a nossa visão é ampliada, o que dá uma idéia do quanto aquele lugar é especial.
Talvez por acreditar que histórias infantis não necessitem ter grande profundidade, os roteiristas optaram por um roteiro simplório. Mesmo que tente mostrar complexidade nos personagens, como com Oscar, a verdade é que o velho estereótipo do bem contra o mal está lá. O que não necessariamente deve ser encarado como uma falha, porque, veja, o nome de um dos personagens é Bruxa Má do Oeste. Talvez falha mesmo aqui seja essa extrema similaridade com o filme de 1939, que, apesar do caráter dúbio, nos faz acreditar que no final tudo era um sonho de Dorothy. Então como poderia existir o mágico de Oz?
O diretor Sam Raimi mostra que sabe usar habilmente a tecnologia a seu favor. O 3D não é essencial mas não atrapalha a narrativa e, mais importante, adiciona momento divertidos. Mas infelizmente são raros os momentos em que ele usa sua técnica para mostrar durante a projeção algo a mais, como por exemplo quando a apaixonada Annie some da tela enquanto a ambição de Oscar ocupa todo o espaço.
Quanto ao protagonista, Oscar Diggs até convence quando James Franco tem que fazer o papel de trapaceiro. Mas sua transição para uma pessoa boa, além de mal alicerçada pelo roteiro, como foi dito, esbarra no mau desempenho do ator. Boa atuação mesmo, digna de nota, só mesmo Rachel Weisz, que interpreta uma elegante, sarcástica, maquiavélica e até mesmo engraçada Evanora.
Oz: Mágico e Poderoso é divertido e mostra-se como um bom e clássico filme infantil. Durante o clímax até ganha muito em emoção. Mas é aquele gostinho de o que poderia ser que fica no final da projeção.
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Ficha Técnica
Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and Powerful, 2013)
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Mitchell Kapner, David Lindsay-Abaire
Elenco: James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Cobbs, Joey King, Tony Cox, Bruce Campbell
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